Quando Martin de Sousa, no seu blog, fez um post intitulado "Conspiração Teorizada" a falange de apoio ao MDM, tanto na blogosfera, como noutros meios de comunicação caiu-lhe em cima.
A tese do Martin de Sousa baseava-se na ideia de que o fracasso de uma tentativa de assassinato, principalmente quando o tentador é um dos principais adversários, representa sempre um capital político forte. Atrai simpatias, solidariedade e pena. Dizia o Martin que a "génese do MDM e da popularidade do seu líder está nesses sentimentos. Ao ser excluído da corrida eleitoral, Daviz angariou simpatias e solidariedade das gentes da cidade da Beira. Daviz foi acolhido pelas bases da Renamo e por muitos sectores beirenses quando foi desamparado por Afonso Dlhakama e seus sequazes."
Nesse mesmo post Martin de Sousa, qual visionário dos tempos modernos já dizia que " é um facto que para os desafios que se avizinham, o expediente de coitadinho traído pela cúpula da Renamo não chega para atrair simpatias, solidariedade e apoios. É necessário um forte trabalho ideológico. Quando este se mostra insuficiente há que recorrer a outros." Na altura foi um atentado.
Agora havia que capitalizar a sua própria desorganização que ditou a sua desqualificação à corrida eleitoral em certos círculos eleitorais atirando-se com tudo contra a "injustiça" que era a sua desqualificação. Buscaram apoios na comunidade internacional através de certos embaixadores incautos como foram incautos os que compraram a história de uma aliança entre a Renamo e a Frelimo nas instituições legalmente constituídas em Moçambique para eliminar da corrida eleitoral o Coitadinho do MDM liderado pelo Coitadinho Daviz Simango.
Este ideal de vítima de coitadinho foi vendido até a saturação. Com a própria trapalhada na história das candidaturas junto a CNE com direito a recurso ao Conselho Constitucional, a ideia entrou em autêntica promoção. Acontece que fazer promoção desta ideia equivale a promover um produto fora do prazo, podre e fedido. Já ninguém compra.
Ademais, como disse alguém comentando no blog do Mutisse, as cartas que os nossos ilustres irmãos do MDM distribuíram na conferência de imprensa de reacção ao chumbo do CC, estão se a virar contra eles. É que, como diz Tadeu Phiri, "agora que todos os seus argumentos foram esgotados, inventa uma nova desculpa: Entregou todos os documentos no dia 29 de Julho e não faltava nenhum documento. Os documentos em falta foram roubados pela CNE! Sinceramente! Porque é que não acusou à CNE de ter roubado os documentos logo que foi notificado para entregar os documentos em falta?"
Mais uma vez o MDM apresenta uma imagem de vítima de coitadinho que as próprias cartas trocadas com a CNE desmentem e desqualificam.
Errar é humano. Como disse alguém (Obed Khan no blog do Nero), "a coisa muda de figura quando começam as falsidades. Quando começa a má fé. Como é que um Partido escreve uma longa carta, na qual reconhece que (i) não entregou vários processos individuais; (ii) não incluiu vários documentos essenciais dentro dos processos e, mais grave (iii) não consegue localizar um grande número das pessoas que candidatou e mesmo assim, vem nos entreter com a história de que os processos foram roubados na CNE?"
Uma prova de que o MDM se reproduz destas palhaçadas de vitimização é, num momento reconhecer que errou ao não entregar processos etc, e num outro negar que errou e imputar publicamente as culpas a inocentes, apresentando-se aos moçambicanos como vítima da FRENAMO projectada como a coligação dos dois maiores partidos de Moçambique para acabar com o MDM. Palhaçada.
Tudo isto faz muito sentido até se atendermos ao sumiço dos nossos amigos MDM'istas dos círculos onde, com factos, se discutem estas realidades. Quando o Martin escreveu no seu blog e no notícias e defendeu a sua tese no blog do Reflectindo, este apareceu a reconhecer que "o problema não é se o MDM ou Daviz capitaliza o atentado, pois disso sabemos que qualquer partido ou dirigente político que fosse o faria."
Júlio Mutisse, comentando lá no seu blog disse e eu concordo com ele que, "os nossos comentadores e muitos dos mais reputados fazedores de opinião não estão interessados em mostrar uma certa face do MDM. Muitos desses fizeram muita futurologia e, ao primeiro sinal de alarme accionado pela desorganização como atestam as cartas citadas pelo Phiri, bem como a tentativa de usar a porta dos fundos denunciada pelo presidente da CNE citado no jornal o país, é necessário inventar tudo e mais alguma coisa. Expor a verdade do MDM, para muitos desses, seria desacreditarem-se; seria contradizer os argumentos da CAPACIDADE a todo o nível que muitos auguraram a este movimento quando, nós outros, há meses alertávamos da precipitação de criar um partido a correr para concorrer em 3 frentes. Salomão Moiana, por exemplo, meteu água no seu último editorial. Deve ter visto o espectáculo da banana e na ânsia de pôr mais lenha na fogueira não se coibiu de dizer alguns disparates como o horário de funcionamento das instituições públicas."
É completamente ridículo um partido que se quer sério e pretende apresentar-se como a 3ª força (em reconhecimento de que já existe uma 1ª a FRELIMO) venha atirar-se contra tudo e todos, minando a confiança dos cidadãos para com as suas instituições, quando, reconhecidamente cometeu erros de palmatória. Como diz Tadeu Phiri, focando no exemplo de Cabo Delgado, é "importante referir que, para este círculo eleitoral, a falta dos processos individuais destes dois senhores é que fez cair a lista toda. E o MDM reconhece isto na própria carta que distribuiu aos jornalistas, diplomatas e sociedade civil. Mais ainda, este Partido está consciente de que esta lista em particular ia cair. É por isso que, na mesma carta sugere o seguinte: “Para este círculo (Cabo Delgado), dada a dificuldade de contacto com o senhor Armando Branco (22 acima), no prazo estabelecido na notificação acima mencionada, junto remetemos a V. Excias., os processos individuais dos senhores Dale Alfredo Alamo, Alima Latifo e Arusse Norberto para suprir a ausência do sr. Branco e reforçar a lista de suplentes...”
É caso para perguntar: (i) os dois processos individuais “em falta” que enviam tinham sido roubados pela CNE? (ii) Se só não localizaram o sr. Branco porque enviar mais dois processos “para reforçar a lista de suplentes”? (iii) também tinham sido roubados esses três processos adicionais? (iv) O MDM ainda estava a tempo de enviar esses novos processos todos? (v) Porque este Partido mente assim tanto? (vi) Se mente nestas coisas “pequenas” como podemos acreditar nas suas promessas eleitorais?"
Doi me o coração só de pensar que esta gente estará nos boletins de voto...
Há uma música que escuto muitas vezes enquanto viajo pelo Moçambique real. É dos AFROMAN, uma banda hip hop angolana que tem uma passagem que diz: "todo o mundo é cantor daqui a nada já não vamos ter plateia; como é que uma miniatura pode competir com Baleia" transpondo isto para a nossa realidade e para o momento político diríamos odo o mundo é político daqui a nada já não vamos ter plateia; como é que uma miniatura pode competir com Baleia... a Baleia, neste caso, representa o meu partido. Aquele que pensa soluções reais e práticas para o país como eliminar o sofrimento que é, actualmente, chegar a Chigubo.
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