segunda-feira, 8 de junho de 2009

"A outra"... Dá que Pensar

Este, de certeza, não é o meu assunto predileto mas, como cidadão, desejoso de ver uma sociedade mais equilibrada não podia deixar passar. Recebi por email e achei útil dividir. Dá que pensar, principalmente porque me preparo para dar um passo importante que me torne o "próprio" de alguém oficialmente (também).
"A outra"...

Depois de ouvir na rádio o caso da rival que queimou a casa da outra, com relatos ridículos que só não dá pra rir porque duas meninas inocentes perderam a vida, decidi enviar esse texto. Vivo numa sociedade em que a mulher perdeu a auto-estima, senão virou “propriedade”do homem rico .

As mulheres da sociedade moçambicana de hoje, classificam-se a si mesmas como a "própria" ou a "outra".

Ambos grupos parecem satisfeitos com a posição que ocupa ou tentam consolar-se com a ideia que nesta sociedade há menos homens do que mulheres.

A própria portanto, são as mulheres casadas, noivas ou namoradas que por serem "oficialmente" conhecidas ou tal, cumprem os oficiosos deveres e obrigações do nome que sustentam, sem no entanto sequer usufruírem dos plenos direitos de pedir satisfações da vida do seu marido, para que não seja intituladas de possesivas, ciumentas, ou inseguras.

Que estatuto é este?

A outra, é muitas vezes uma mulher que não tendo a "capacidade" ou possibilidade de ter um compromisso sério com um homem descomprometido, sujeita-se estar ao seu dispor quando este puder ou entender estar com ela, mas não só, podem até ser mulheres casadas insatisfeitas com a relação que têm. Muitos dizem que é pela situação financeira. Se assim for, acho que quem "vende-se" por um sustento, tem outro nome........ O mais ridículo é que hoje em dia, a própria sabe que existe a outra e a outra sabe que existe a própria.

Se as mulheres procuram afirmar-se na sociedade não será esta a melhor forma. Acho que não é um problema de falta de amor de um homem, o problema de falta de amor próprio.O que existe também são homens que são pais de família e maridos, mas só de nome. Homens casados que levam vida de solteiros e pais de família que não sabem o que é um programa de fim de semana em família.

Criam-se famílias modelos. Sim, digo modelos mas é Modelos bons de fotografia, de apareceram na revista Caras. Se calhar ainda só chamam-se família porque levam o mesmo nome e vivem no mesmo tecto.

Os filhos chamam-no de pai porque foi quem os gerou (e isso é a unica coisa que o moçambicano ainda faz bem), mas além de saberem que o dever do pai é dar o sustento a casa, pouco ou nada fazem em conjunto com os pais.Ver um pai a ajudar o filho nos trabalhos de casa, só no filme Missão Impossível 4.

Pois a desculpa é que não temos tempo, trabalhamos e o engarrafamento... mas quase que instutionalizou-se que a sexta feira é dia do homem...que sinceramente cá pra mim parece que estende-se ao sábado e muitas vezes ao domingo.

Então quando é o dia de ser pai? de ser marido? se de segunda a sexta somos todos trabalhadores...
Que exemplo de família terão esses filhos?Vá lá antes, que os homens ausentavam-se porque iam a guerra, ou tinham que trabalhar fora...
A verdade é que eu acho que quando um jovem quer curtir...tem que curtir muito, e quando quer namorar tem que namorar muito, e não é quando se casam que querem curtir.
Alguma coisa esta errada nesta ordem... O que dizer dos casamentos de hoje, quando as pessoas que se casam já sabem que este relacionamento que existe é um relacionamento feito a 3 ou a 4, ou quem sabe ainda mais.
Como irão durar? Se a base de qualquer relação humana e principalmente o casamento é o respeito, que por sinal já está perdido e a confiança nem sequer existe.
Concluindo, não sou uma mulher com problemas de auto-estima, portanto não pretendo ser a própria nem a outra de ninguém, apenas eu mesma! Para uma sociedade consciente, reflicta!
Falei e disse, Maputo 2009

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