quinta-feira, 3 de abril de 2008

Cartas abertas

Esta das cartas abertas aos Ministros, Deputados e mesmo ao Presidente da República virou uma, quase, mania. Os Jornais, blogs e outros meios estão cheios delas. Os Emails também começam a ser inundados por estas cartas. A que publico abaixo, por achá-la interessante e bom ponto de partida para um debate, é para a Sra Primeira Ministra e caiu-me pelo email adentro. Vejam-na:

CARTA aberta de José Joaquim à Primeira-Ministra
Cara Sra. Primeira-Ministra,
Venho por meio desta manifestar o meu total apoio ao esforço do Governo na modernização e capacitação económica do nosso país. Como cidadão comum, não tenho muito a oferecer para além do meu trabalho.

Já que o estágio actual da nossa economia está na consolidação da Reforma Tributária, percebi que posso definitivamente contribuir mais.

Vou explicar: na actual legislação, pago na fonte (de impostos) 27,5% do meusalário, como pode ver, sou um moçambicano afortunado.
Sou obrigado a concordar que é pouco dinheiro para o Governo fazer tudo aquilo que prometeu ao cidadão em tempo de campanha eleitoral.
Mesmo juntando ao valor pago por outras dezenas de milhões de assalariados do país!Tenho uma sugestão: invertermos as percentagens.
A partir do próximo mês o Governo pode ficar com 72,5% do meu salário, como minha contribuição. O que quer dizer que, eu receberia mensalmente apenas 27,5% do resultado do meu trabalho mensal.
Fico com 27,5% limpinhos, sem qualquer ônus e o Governo fica com 72,5% e leva junto as contas de Escola dos meus filhos, Assistência Médica, Remédios, Materiais Escolares, Condomínio (Renda de casa), Impostos Municipais (Incluindo a taxa de lixo), Água, Luz, Telefone, Celular (gasto 800 000,00 Mts mensais só na compra de girinhos), Mercado, Mercearia, Gasolina, Mecânicos, Chapa, Vestuário, Lazer, Portagens, Cultura, Segurança, Previdência Privada e Social, e qualquer outra taxa extra que por ventura seja repentinamente criada por qualquer dos Poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário, ou resultado de qualquer inflação.
Assim me sentirei mais útil ao meu país com mais vontade de trabalhar, até nem vou pressionar ao meu sindicalista a lutar por um aumento no salário mínimo, e torço para que assim o Governo consiga liquidar a nossa divida Externa.
Um abraço Sra. PM e Muito Boa Sorte, do fundo do meu coração!Um assalariado.PS: Estou aberto até a negociar o percentual!!!

4 comentários:

Anônimo disse...

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Elísio Macamo disse...

podemos mandar passear as demais, mas esta carta aberta está a levantar um assunto muitíssimo importante. finalmente!

Jonathan McCharty disse...

Prezado Matsinhe!

Adicionei-o aos meus "elos" no meu blogue (ainda no seu primeiro gatinhar). Espero que não esteja a incorrer em matérias do fórum de "invasão de propriedade privada/intelectual"!

Abraço

Júlio Mutisse disse...

Elísio, é isso mesmo. A carta levanta um assunto sério. A expectativa de um cidadão consciente de retorno em serviços dos impostos que paga.

É a interpelação de um cidadão por resultados da política adoptada pelo nosso Governo.