Nos semanários "Savana" e "Domingo" que, religiosamente, leio semana sim, semana sim, delicio me com as rubricas "a hora do fecho" e "bula-bula". Invariavelmente, nesses dois jornais, começo sempre pela última página e por essas rubricas.
Mas não é sobre os meus hábitos e manias na forma como abro esses jornais que vim para aqui.
Devido ao carácter descontraído daquelas rubricas, se calhar, muitos não dêm importância nem relevância ao que ali se diz. Eu dou importância. No meio de uma piada que tem como substracto coisa séria, dizem-se muitas coisas sérias que deviam nos levar a reflectir sobre muitos fenómenos.
No último "Domingo" este semanário deu destaque à situação do Comando da PRM em Tete: como chegamos àquela situação? Como permanecemos daquele jeito? Que condições e que mensagem estamos a passar para os operativos que ali trabalham? Que o Estado se desleixou com as condições físicas e que eles também se podem desleixar? De que é que esperamos para dar-lhes condições? Que o Anibalzinho ao ser apanhado por aquelas bandas e "encarcerrado" por lá volte a fugir para darmos importância àquele património vital para o funcionamento de um departamento estatal tão importante como a polícia?
O "Savana" desta semana brinda-nos com esta: "Andam episódios estranhos nas Pescas que só encontram explicação na metafísica. Recentemente registou-se um roubo selectivo de material informático, com destaque para discos duros, nos Recursos Humanos. Funcionários impunes, após processarem salários fantasmas durante 16 meses. Dizem que até o gabinete do ministro não escapou a vassourada." É sério gente, e não é novo e nem se quer é a primeira instituição onde se dão estas coisas.
De que esperamos para pôr cobro a esta situação? Que nos roubem o próprio Estado? Existem back up's que nos salvaguardem apesar dos constantes roubos de hard disks? Existirá ou haverá algum plano de criar um arquivo centralizado do aparelho do Estado? Será que o Estado está tão vulnerabilizado que basta o furto de uns tandos discos duros para que a informação se evapoure?
Estou preocupado.
Estamos a entrar (ou já estamos) em período eleitoral e, seguindo repto do Júlio Mutisse, espero sinceramente que a Democracia funcione de facto e que seja mentira que os meus camaradas "nomeadamente os secretários da maçaroca preparam previamente os actores que vão fazer as intervenções." Seria, de facto uma "democracia bem complicada" ou quase nula.
Espero bem que ao abordarmos e discutirmos os temas fundamentais que julgamos serem importantes discutir em campanha ou que entrem na agenda política, não sejamos externamente mobilizados para os abordar mas, sim, que a nossa consciência nos diga que os devemos abordar.
Tenho dito. Um abraço e bom fim de semana a todos.
PS: Mapengo, escreva-me uma carta...
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