Que Maputo é a cidade das obras já tinha ouvido falar. Pequenas, médias, públicas, privadas. Há um pouco de tudo. Inclusive, um grande esforço está sendo feito no sentido de melhorar os acessos a cidade de cimento com a abertura, por exemplo, da segunda faixa da avenida Joaquim Chissano e a reabilitação/pavimentação de muitas outras importantes vias.
O que, a meu ver, é um absurdo, incompreensível e absurdo é permitir-se o fechamento de 3 ruas seguidas a partir da Joaquim Chissano nomeadamente, Milagre Mabote, Malhangalene e Resistência, sem deixar aos residentes de qualquer dessas ruas (os que vivem nos quarteirões circunvizinhos a Joaquim Chissano) alternativas de chegarem as suas casas com os seus veículos.
Até há 2 semanas a rua da resistência era a alternativa. Também foi fechada para obras. Nos dias 28 e 29 ainda era possível furar pela areia batida para encontrar ruelas que te levem a Rua da Malhangalene e Milagre Mabote mas, qual não é o meu espanto hoje, ao retornar a cidade de Maputo (vivo e trabalho no Xai-Xai) não tinha NENHUM acesso disponível até a minha casa. Tive que deixar o carro na Vladimir Lenine e caminhar até a minha residência algures no interior do bairro de Maxaquene (outra alternativa era aturar o engarrafamento até ao Saul e voltar pela Rua da Malhangalene etc).
No regresso, o meu carro tinha sido vandalizado: fiquei sem reprodutor, discos, óculos, macaco, chave de rodas, pasta com meus livros, e sabe lá Deus o que mais. Tudo nas barbas da Polícia Municipal que controla os acessos e, inclusive, dos tantos trabalhadores afectos a tal obra.
É demais. Mesmo que as obras sejam para nosso bem, há que deixar alternativas para que possamos chegar às nossas casas onde possamos deixar os nossos bens com relativa segurança.